Resumo
O presente artigo analisa a participação de segmentos da sociedade civil organizada ao
redor de Projetos Sociais Educativos que objetivam a inclusão de comunidades carentes
e/ou a promoção do desenvolvimento sustentável, em parceria com diferentes
instituições e organizações sociais, inclusive com a rede escolar. Busca-se compreender
as ações coletivas no campo da Educação Não-Formal, nos marcos de uma teoria social
crítica. As práticas da educação não-formal se desenvolvem usualmente extramuros
escolares, nas organizações sociais, nos movimentos, nos programas de formação sobre
direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra desigualdades e
exclusões sociais. As ações desenvolvidas são analisadas destacando-se os sujeitos que
atuam como educadores nos projetos - aqui denominados como Educadores Sociais.
O trabalho tem duas partes  - a primeira faz uma breve caracterização do que é a
educação não-formal e o papel e perfil do Educador (a) Social. A segunda apresenta
projetos sociais que se inscreveram no concurso “Rumos: Educação, Arte e Cultura”, do
Instituto Itaú Cultural, ano 2006 (222 projetos sociais), aqui analisados como exemplos
de educação não-formal.
Dentre as principais conclusões deste artigo destacam-se os méritos nos resultados
obtidos pelos projetos sociais, em termos de melhoria das condições de vida das
comunidades ou de um melhor desempenho na escola dos jovens participantes; a
importância do resgate da memória local etc. Fica claro também as carências na
formação do educador que atua nos projetos, a necessidade da sistematização das
metodologias pedagógicas utilizadas, a não continuidade das ações e a dificuldade de
apoio às práticas desenvolvidas. A necessidade de atuar em redes e sair do isolamento
local, assim como dar visibilidade ao trabalho das mulheres que estão atuando como
                                                           
*
Ph.D. em Sociologia pela New School for Social Research, NY; Professora Titular do Curso de Pós-Graduação da
Universidade Nove de Julho/UNINOVE, SP; Avaliadora de Periódicos do SciElo Brasil. E-mail: mgohn@uol.com.brEducação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social 29
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
educadoras sociais, foram sugestões básicas feitas pela pesquisa, apresentadas neste
trabalho.
Palavras-chave: Educação não-formal. Educador(a) social. Projetos sociais educativos.
Non-formal education, social educator and social projects of social
inclusion
Abstract
The paper presents a study of social participation of civil society in the Community Social
Projects. The aim is analyzed the process of non-formal education in the practices of the
groups of civil society organized. The paper has two parts: the first has a theoretical
character and discusses the non-formal category and characterized the people that work
in the community- the Social Educator. The second part presents the educators and the
social projects that have participated in  the selection of the Programme “Rumos:
Educação, Arte e Cultura”, of the Instituto Itaú Cultural, in 2006.
Keywords: Non-formal education. Social educator. Social education projects.
Educación no-formale, educador sociale y proyectos sociales de inclusión
Resumen
El objectivo de este trabajo es realizar un estudio sobre los Proyectos Sociales qui tienen
hogar em la comunidad analisando los procesos de la educación no-formale y sus roles
en lo proceso de organización de la communidad. El trabajo tiene dos partes. La primera
estudia la categoria non-formale e lo perfil de los educadores sociales. La segunda
analisa los proyectos qui ya participado de lo Programma “Rumos: Educação, Arte e
Cultura”, de lo Instituto Itaú Cultural, in 2006.
Palabras clave: Educación no formal. Educador(a) social. Proyectos de educación social.
Apresentação
Este artigo destaca um campo específico de manifestação e desenvolvimento de
Projetos Sociais Educativos junto a comunidades de baixa renda, nas cidades brasileiras, 30 Maria Gloria Gohn
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desenvolvidos sob a bandeira da ‘inclusão social’ e que configuram uma área de práticas
educativas  - a da Educação Não Formal. Trata-se de um campo que, na atualidade,
domina a cena do associativismo brasileiro no meio popular, cria cenários e paisagens
urbanas específicas e não são vistas ou tratadas como objeto de estudo na área da
educação. Há mais de dez  anos que o debate teórico nas ciências humanas,
especialmente as ciências sociais aplicadas, tem dado destaque à crise do paradigma
dominante da modernidade, às transformações societárias decorrentes da globalização,
às alterações nos padrões das relações sociais dado o avanço das novas tecnologias, e às
inovações que tem levado ao reconhecimento de uma transição paradigmática. Isso
tudo tem levado  à rediscussão dos paradigmas explicativos da realidade, e a crítica à
produção científica do último século, fundada na racionalidade da razão e na crença do
progresso e crescimento econômico a partir do consumo (SANTOS, 2000;  TOURAINE,
1994). O filósofo italiano Vattimo, em 1985, já afirmara que a modernidade  “está
concluída”; Ulrick Beck (1988), na mesma ocasião alertava para a sociedade de risco e a
dissolução da sociedade industrial na modernidade da época.   Alguns autores,
analisando os países hoje tidos como emergentes, e na época chamados de Terceiro
Mundo, falaram  da crise de uma “modernidade tardia” (SZTOMPKA, 1998). O que se
observa de fato é que o debate sobre a “crise da modernidade”, trouxe à tona a questão
da racionalidade, o questionamento da racionalidade científica como a única legítima,
mas trouxe à tona também novos campos de produção de conhecimento e  áreas do
saber que estavam invisíveis ou não tratadas como conhecimento ou saber educativo -
recobertas de práticas pedagógicas e processos educativos. Outras dimensões da
realidade social, igualmente produtoras de  saber, vieram à tona, tais como as que
advêm do mundo das artes, do “mundo feminino” das mulheres, do corpo das pessoas,
das religiões e seitas, da cultura popular, das aprendizagens do cotidiano, via a educação
não-formal. E estas outras racionalidades estão predominantemente presente nos
trabalhos desenvolvidos no campo da educação não-formal, junto a centenas ou
milhares de pessoas que participam de projetos sociais comunitários. Hardt e Negri
(2005) chamam a atenção para a rede de singularidades que produzem a riqueza social
de forma colaborativa em inúmeras ações e projetos coletivos. Ou seja, há “multidões”
de pessoas participando dos processos de trabalho social que são simplesmente
invisíveis  nos textos e análises mais usuais da atualidade na área da educação e outras Educação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social 31
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
afins. Neste sentido vamos iniciar este texto pela conceituação o que é educação nãoformal e o trabalho do educador social neste campo.
A educação não-formal e o educador social
A educação não-formal é uma área que o senso comum e a mídia usualmente não
vêem e não tratam  como educação porque não são processos escolarizáveis. A
educação não-formal designa um  processo com várias dimensões tais como: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos
indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e  exercício de práticas que capacitam os
indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de
problemas coletivos cotidianos; a aprendizagem de conteúdos  que possibilitem aos
indivíduos  fazerem uma leitura do mundo do ponto de vista de compreensão do que se
passa ao seu redor; a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a
eletrônica, etc. São processos de auto-aprendizagem e aprendizagem coletiva adquirida
a partir da experiência em ações organizadas segundo  os eixos temáticos: questões
étnico-raciais, gênero, geracionais e de idade, etc.
As práticas da educação não-formal se desenvolvem usualmente  extramuros
escolares, nas organizações sociais, nos movimentos, nos programas de formação sobre
direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra desigualdades e
exclusões sociais. Elas estão no centro das atividades das ONGs nos programas de
inclusão social, especialmente no campo das Artes, Educação e Cultura. A música tem
sido, por suas características de ser uma linguagem universal e de atrair a atenção de
todas as faixas etárias, o grande espaço de desenvolvimento da educação não-formal
(GOHN, D.,  2003). E  as práticas não-formais desenvolvem-se também no exercício de
participação, nas formas colegiadas e conselhos gestores institucionalizados de
representantes da sociedade civil.
A educação não-formal é uma área carente de pesquisa científica. Com raras
exceções, o que predomina é o levantamento sistemático de dados para subsidiar
projetos e relatórios, feitos usualmente por ONGs, visando ter acesso aos fundos
públicos que as políticas de parcerias governo-sociedade civil propiciam. A reflexão 32 Maria Gloria Gohn
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p.24-37, jan./abr. 2009 Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
sobre esta realidade, de um ponto de vista crítico, reflexivo, ainda engatinha. Ouve-se
falar muito de avaliações de programas educativos, destinados a comunidades
específicas, apoiados por empresas, sob a rubrica de “Responsabilidade Social”. O que
devemos atentar é que, muitas dessas avaliações buscam verificar não os resultados dos
programas junto aos sujeitos que deles participam; procuram- se os resultados junto aos
consumidores e acionistas em relação à imagem daquelas empresas.
Segundo Gadotti (2005), a educação não-formal é mais difusa, menos hierárquica e
menos burocrática.  Seus programas, quando formulados, podem ter duração variável, a
categoria espaço é tão importante quanto a categoria tempo, pois o tempo da
aprendizagem é flexível, respeitando-se diferenças biológicas, culturais e históricas. A
educação não-formal está muito associada  à idéia de cultura
1
. A educação não-formal
desenvolvida em ONGs e outras instituições é um setor em construção, mas constitui
um dos poucos espaços do mercado de trabalho com vagas para os profissionais da área
da Educação.
Podemos localizar a grande área de demandas da educação não formal como a área
de formação para a cidadania. Esta área desdobra-se nas seguintes demandas:
a) Educação para justiça social.
b) Educação para direitos (humanos, sociais, políticos, culturais etc.).
c) Educação para liberdade.
d) Educação para igualdade.
e) Educação para democracia.
f) Educação contra discriminação.
g) Educação pelo exercício da cultura, e para a manifestação das diferenças culturais.
Para concluir este item é importante destacar que: a educação não-formal não deve
ser vista, em hipótese alguma como algum tipo de proposta contra ou alternativa à
educação formal, escolar. Ela não deve ser definida pelo o que não é, mas sim pelo o
que ela é – um espaço concreto de formação com a aprendizagem de saberes para a
vida em coletivos. Esta formação envolve aprendizagens tanto de ordem  subjetivarelativa ao plano emocional e cognitivo das pessoas, como aprendizagem de habilidades
                                                           
1
Para aprofundamento, ver Maria da Gloria Gohn (1999, p. 98-99).Educação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social 33
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
corporais, técnicas, manuais  etc.,  que os capacitam para o desenvolvimento de uma
atividade de criação, resultando um produto como fruto do trabalho realizado.
O educador social
O Educador Social é algo mais que um animador cultural, embora ele também deva
ser um animador do grupo. Para que ele exerça um papel ativo, propositivo e interativo,
ele deve continuamente desafiar o grupo de participantes para a descoberta dos
contextos onde estão sendo construídos os textos (escritos, falados, gestuais, gráficos,
simbólicos etc). Por isto os Educadores Sociais são importantes, para dinamizarem e
construírem o processo participativo com qualidade. O diálogo, tematizado – não é um
simples papo ou conversa jogada fora, é sempre o fio condutor da formação. Mas há
metodologias que supõem fundamentos teóricos e ações práticas- atividades, etapas,
métodos, ferramentas, instrumentos etc. O espontâneo tem lugar na criação, mas ele
não é o elemento dominante no trabalho do Educador Social, pois o seu trabalho deve
ter: princípios, métodos e metodologias de trabalho.
Seguindo a pedagogia de Paulo Freire (1983), haveria três fases bem distintas na
construção do trabalho do educador social, a saber: a elaboração do diagnóstico do
problema e suas necessidades, a elaboração preliminar da proposta de trabalho
propriamente dita e o desenvolvimento e complementação do processo de participação
de um grupo ou toda a comunidade de um dado território, na implementação da
proposta.
O aprendizado do Educador Social numa perspectiva Comunitária realiza-se numa
mão-dupla  - ele aprende e ensina. O diálogo é o meio de comunicação. Mas a
sensibilidade para entender e captar a cultura local, do outro, do diferente, do nativo
daquela região, é algo primordial. A escolha dos temas geradores dos trabalhos com
uma comunidade não pode ser aleatória ou pré-selecionada e imposta do exterior para
o grupo. Eles, temas, devem emergir de temáticas geradas no cotidiano daquele grupo,
temáticas que tenham alguma ligação com a vida cotidiana, que considere a cultura
local em termos de seu modo de vida, faixas etárias, grupos de gênero, nacionalidades,
religiões e crenças, hábitos de consumo, práticas coletivas, divisão do trabalho no 34 Maria Gloria Gohn
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interior das famílias, relações de parentesco, vínculos sociais e redes de solidariedade
construídas no local. Ou  seja, todas as capacidades e potencialidades organizativas
locais devem ser consideradas, resgatadas, acionadas.
O Educador Social ajuda a construir com seu trabalho, espaços de cidadania no
território onde atua. Estes espaços representam uma alternativa aos meios tradicionais
de informação que os indivíduos estão expostos no cotidiano, via os meios de
comunicação-principalmente a TV e o rádio. Nestes territórios um trabalho com a
comunidade poderá construir um tecido social novo onde novas figuras de promoção da
cidadania poderão surgir e se desenvolver tais como os “tradutores sociais e culturais”.
Estes tradutores são aqueles educadores que se dedicam a buscar mecanismos de
diálogo entre setores sociais usualmente isolados, invisíveis, incomunicáveis, ou
simplesmente excluídos de uma vida cidadã, excluídos da vivência com dignidade.
Partindo do senso comum, um novo sentido poderá ser construído  através dos
educadores/tradutores sociais e culturais. A co-gestão democrática dos trabalhos
desenvolvidos com a  comunidade é um suposto e um pressuposto insubstituível.
Informação, indicadores sócio-culturais e econômicos da comunidade, contextualização
da mesma no conjunto das redes sociais e temáticas de um município, breves notícias
sobre suas memórias e experiências históricas, são parte do acervo de instrumentos
para formar um Educador Social de e em uma dada região.
Todas as atividades desenvolvidas pelo Educador Social devem também buscar
desenhar cenários futuros, os diagnósticos servem para localizar o presente, assim como
para estimular imagens e representações sobre o futuro. O futuro como possibilidade é
uma força que alavanca mentes e corações, impulsiona para a busca de mudanças. A
esperança-fundamental aos seres humanos, reaviva-se quando trabalhamos com
cenários do imaginário desejado, com os sonhos e os anseios de um grupo.
Em síntese, o Educador Social  atua em uma comunidade  nos marcos de uma
proposta socioeducativa, de produção de saberes a partir da tradução de culturas locais
existentes, e da reconstrução e ressignificação de alguns eixos valorativos, tematizados
segundo o que existe, em confronto com o novo que se incorpora.Educação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social 35
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
Os projetos sociais no “Rumos Educação, Cultura e Arte”
Apresentamos, a seguir, os resultados de uma pesquisa sobre Projetos Sociais
desenvolvidos por ONGs e movimentos sociais, para exemplificar formas de educação
não-formal, destacando um dos sujeitos principais que nela atua: o educador(a) social. A
pesquisa tem como fonte de dados os projetos sociais inscritos no Programa Rumos Itaú
Cultural: Educação, Cultura e Arte (2005-2006). Ao todo foram 222 projetos registrados
em igual número de formulários-tomados como base de dados para as análises.  O
formulário nos oferece dois tipos de dados: quantitativos e qualitativos. Na análise,
busca-se    articular estas duas dimensões de forma que a primeira, quantitativa,
realimente a segunda, qualitativa  - alicerçada nas formulações e justificativas
escritas/descritas pelos sujeitos participantes inscritos no Programa Rumos. Uma parte
da dimensão quantitativa foi codificada na etapa anterior do Programa, por ocasião do
processo de seleção para o prêmio. Foram sistematizados dados dos inscritos por região
dos projetos, gênero, escolarização, experiência anterior, área de atuação no mundo das
artes (linguagem), formação dos sujeitos e cargos desempenhados.
Para a dimensão dos dados qualitativos utilizaremos para a análise das questões a
análise de conteúdo buscando os temas e temáticas recorrentes nas respostas dadas às
indagações do formulário, procurando captar seus sentidos e significados. Seguindo a
metodologia proposta por Bauer  e Gaskell (2005), as temáticas nos possibilitam
construir mapas de conhecimento dos sujeitos investigados, sobre o mundo onde atuam
e como o representam  – enquanto um autoconhecimento. As temáticas foram
agrupadas e classificadas em eixos, à luz dos sentidos atribuídos pelos sujeitos
investigados. Os mapas foram aplicados ao se criar categorias para diferenciar  os
objetivos do trabalho do educador (seu perfil) e mapear as instituições e os trabalhos
realizados por elas. O princípio geral organizador da análise foi o da identidade e as
representações construídas pelos sujeitos inscritos em relação: ao papel do Educador, a
instituição onde atuam, o público que atendem, a comunidade do entorno onde atuam,
e os resultados que julgam estar sendo obtidos no campo da cultura e da Educação.
Os  sujeitos inscritos foram analisados em suas  praxis cotidianas  - em favelas e
regiões periféricas das principais capitais brasileiras. Isto porque, os projetos inscritos se
desenvolvem, em sua quase totalidade, em áreas de moradia, locais de pobreza,
exclusão social, e ou área de risco de zonas urbanas. Nas grandes cidades são zonas 36 Maria Gloria Gohn
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urbanas deterioradas – favelas, áreas periféricas ou bolsões de pobreza no interior das
cidades. Alguns projetos desenvolvem-se em regiões que já são estigmatizadas como
“territórios do mal”, tais como “polígono da maconha”. Em outros, os projetos convivem
no mesmo território que é ocupado também por traficantes e contraventores, tendo de
“competir” com estas forças para a sedução/adesão do jovem para seu programa (e
continuidade nele). Outros projetos atuam na luta de combate ao trabalho infantil,
tentando reconduzir as crianças e adolescentes para a escola.
As áreas centrais, nestas grandes cidades, não tiveram muitos projetos inscritos.
Cumpre mencionar que nestas áreas, em algumas cidades, como São Paulo, localizam-se
os movimentos sociais populares urbanos mais organizados na atualidade. Eles atuam
na área da habitação popular e são moradores de cortiços, prédios abandonados ou
moradores que vivem nas ruas.
Quanto às áreas de trabalho dos Projetos Sociais analisados, elas dividem-se em:
programas sociais (de apoio a crianças, jovens/ adolescentes, idosos, mulheres etc.),
prestação de serviços às comunidades (principalmente na área da saúde, educação e
habitação), projetos culturais e socioeducativos, apoio econômico (programas de
geração de renda), e defesa de bens e patrimônio, material ou imaterial.
Encontramos poucas instituições atuando diretamente sobre a temática meio
ambiente. O tema aparece de forma paralela e complementar nos trabalhos com a
reciclagem de materiais de sucata, por exemplo, ou em alguns programas criados em
função da defesa de algum rio, córrego ou mata, desenvolvido com alunos de escolas.
“Água como fonte da vida” foi um projeto inscrito  e desenvolvido em uma pequena
cidade do Paraná.  O tema ‘ meio ambiente’ também não teve destaque nas propostas
advindas das grandes metrópoles. O tema da defesa dos animais, muito próximo
também das lutas dos ambientalistas, não foi encontrado.
O tema de combate às formas de violência existentes no Brasil atual está presente
em três eixos: 1- o projeto como um todo atua em áreas que apresentam altos índices
de violência (a grande maioria das entidades que atuam nestas zonas de risco – favelas
principalmente  - tem dificuldade para desenvolver seu trabalho justamente porque
concorrem para capturar a atenção dos jovens com as forças organizadas do crime,
contravenção, drogas etc.); 2- focalizando uma modalidade de violência, por exemplo,
exploração sexual, trabalho infantil, etc; 3- focalizando o tema da paz, atuando como Educação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social 37
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
formadora de uma cultura da paz, resgatando valores que contribuam para novas
mentalidades e novas culturas sobre o cotidiano.
Todos os projetos que objetivam resgatar/trabalhar em campos da cultura local,
acabam tendo algum tipo de impacto no entorno, sendo o maior deles o de caráter
educativo  - formam um saber, desenvolvem-se a consciência de pertencimento da
comunidade local (GOHN, M. G., 2006a). Observamos isto no registro de projetos que
trabalham, por exemplo, com o desenho de pássaros, comidas e frutas da região, danças
e manifestações artísticas em geral.
A participação sócio-política e comunitária a partir de projetos construídos
coletivamente, e que levam a uma intervenção social  - por exemplo, numa praça
pública, contribuem para a transformação da realidade do público atendido. Levam a
melhorias urbanas, a geração de renda para famílias, ao desenvolvimento e formação de
cooperativas de artesãos. Os projetos que fomentam a participação cidadã dos jovens
contribuem para o resgate da auto-estima, mas podem ir muito além-delineando
projetos e trajetórias de vida. Adolescentes que moravam em abrigos foram
reintegrados às famílias.
Deve-se registrar que, embora em número pequeno, teve-se inscrições de projetos
com jovens na zona rural, a exemplo de um projeto sobre educomunicação – rádio rural,
na zona rural de Feira de Santana/BA, ou o Projeto “Música, Direito de Todos”, em São
José da Mata, zona rural do município de Campina Grande  - Paraíba. Alguns projetos
“vão” para a zona rural esporadicamente como o projeto da Companhia Cultural “Bola
de Meia” do Vale do Paraíba, que trabalha as manifestações culturais da Folia de Reis e
as visitas às casas familiares,  além das tradições de Moçambique, Catira, São Gonçalo,
Congada,  e outras mais do Brasil rural/passado.
Há inúmeros registros de apresentações de participantes dos projetos na
comunidade local-escolas, salão de idosos, praças, igreja, associação comunitária e
outros espaços locais, extramuros da instituição. Alguns projetos abrangem uma região
– muito além das fronteiras do bairro. No Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, onde
habitam 170 mil habitantes, por exemplo, 16 comunidades são incluídas num projeto.
Um destaque exemplar é a preocupação que existe em vários projetos com a
recuperação da memória do local, a história do bairro, de seus personagens. Além de 38 Maria Gloria Gohn
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reconstruir a identidade do local, estes projetos contribuem para desenvolver vínculos
sociais, tecer redes de solidariedade entre os moradores.
Os projetos que têm como proposta intervir na cena urbana,  através de uma
apresentação ou a elaboração de um cenário de arte, como um grafite, contribuem para
a apropriação e ressignificação do espaço público. Transformar uma pichação em um
muro com a criação de uma criação artística é uma tarefa árdua. Destaca-se o projeto
de pintura dos muros externos da escola local com ilustrações da história do bairro
(Zona Leste de S. Paulo).
A presença de coordenadores, ou do presidente de uma entidade é sempre forte
dentro da instituição, na determinação do tipo e modalidade de projeto desenvolvido.
Poucas informações foram registradas sobre a demanda da comunidade sobre o tipo de
projeto desenvolvido ou se houve alguma interação com os moradores para a definição
de um projeto. A maioria dos inscritos assinala que desenvolve metodologias
participativas, registram, fazem avaliações etc. Mas há poucas referências  à interação
inicial, preliminar, na definição do projeto. Fica-se na dúvida se ele foi “levado” para a
comunidade, ou se ele foi “demandado”. Teoricamente, os resultados e as
possibilidades de desenvolvimento e sustentabilidade de um projeto são bem diferentes
nestes dois casos.
Entre os Projetos Sociais analisados, predominam instituições localizadas na região
Sudeste do país - 69,37. Nesta região, o Estado de São Paulo lidera com 104 inscrições
(quase 50% do total) e neste estado, a maioria (57) está localizada na sua capital.
Seguem-se Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Entretanto estes dados não nos permitem a
deduzir que a maioria dos projetos sócio-culturais inscritos se localizam em territórios
brasileiros mais desenvolvidos e compostos por contingentes populacionais mais
aquinhoados economicamente porque, na atualidade, a pobreza, a exclusão social e as
áreas de conflitos sociais localizam-se mais nas regiões urbanas das grandes metrópoles
e cidades de grande porte, e não nos pequenos municípios brasileiros, ou zonas rurais.
Por isto, os programas governamentais de apoio econômico, que buscam criar redes de
proteção social, do tipo “Bolsa Família” têm mais impacto em localidades de menor
densidade demográfica, localizadas em sua grande maioria nas regiões Norte e Nordeste
do país, e eles têm pouca visibilidade nas grandes metrópoles. Se olharmos para o
Nordeste-, Salvador, Recife e Fortaleza são os pólos concentradores das instituições Educação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social 39
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
inscritas. Piauí e Alagoas não participaram. Na região Norte, os inscritos concentram-se
mais no estado do Pará, basicamente na sua capital, Belém.
Há vários estados que não tiveram instituições participantes como Amazonas, Acre,
Roraima, Amapá. A baixa participação da região Sul causou-nos surpresa de um lado, e
compreensão de outro. Surpresa porque o Sul tem tradição de associativismo,
compreensão porque não são estados com grande número de populações em situação
de vulnerabilidade. Entretanto, inicialmente, tínhamos um suposto de que Porto Alegre
apresentaria um grande leque de projetos sócio-culturais e educacionais entre os
inscritos, devido à fama que ela alcançou, até no plano internacional, com as edições do
Fórum Social Mundial entre 2001-2007 (exceto 2004 que foi na Índia, 2006 na
Venezuela e 2007 no Quênia, na África), e por seu longo período de gestão pública
governamental com programas participativos tipo Orçamento Participativo. Mas não foi
isto que os dados revelaram - registraram apenas duas inscrições: uma na capital e uma
no estado do Rio Grande do Sul.
Uma última, mas talvez a mais importante observação  - sobre a participação das
mulheres nos Projetos Sociais. Elas são a maioria, mas elas são invisíveis: enquanto
mulheres e enquanto relação de gênero. Sabemos que as mulheres têm construído, nas
últimas décadas, o maior movimento social que se tem notícia - o movimento de colocar
a sociedade em ação. São as mulheres  que compõem, majoritariamente, como
participantes e sujeitos principais, os diversos tipos de movimentos sociais que
conhecemos. E não apenas os movimentos sociais, também nas ONGs e projetos sócioculturais desenvolvidos na sociedade civil - em parceria ou não com as políticas públicas,
as mulheres têm sido sempre a maioria. Portanto, uma primeira conclusão - as mulheres
estão em todas as formas de redes movimentalistas e não apenas nos movimentos e
ações coletivas sobre temas que dizem respeito a si próprias, como saúde, reprodução,
sexualidade, corpo, trabalho, discriminação e outros temas/bandeiras das lutas das
mulheres, especialmente  dos grupos feministas ou focados na questão de gênero.
Entretanto, nos Projetos Sociais, elas atuam silenciosamente, não aparece sua presença
como mulher mas sim como um ente colaborador de um processo, um tanto assexuado
(TOURAINE, 2007; GOHN, M. G., 2007).40 Maria Gloria Gohn
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p.24-37, jan./abr. 2009 Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
Conclusões
A nova realidade produzida pela ação de parcerias ou interação da sociedade civil
organizada com órgãos públicos, empresas, ONGs etc. é pouco conhecida dos brasileiros
e maioria das universidades enquanto instituição, assim como tem recebido pouca
atenção dos pesquisadores e intelectuais de uma forma geral. Esta faceta nova do Brasil
apresenta grupos, instituições e coletivos sócio-culturais preocupados com a questão
social, com crianças e adolescentes que vivem em zonas urbanas desfavoráveis,
excluídas sócio-economicamente, mas plenas de vontade de mudar, atuando sempre
com muita  criatividade. O Brasil desenhado por estes coletivos traz para o palco atores
e sujeitos desconhecidos, projetos sociais desenvolvidos nas zonas periféricas das
grandes capitais, em favelas, e em cidades que nem sonhávamos que existiam. Outras,
nem tão desconhecidas mas em locais longínquos, como Castanhal, no Pará, revela-nos
via projetos que lá se desenvolvem, como o Projeto Chão de Barro, toda a riqueza da
cerâmica artesanal local.
Os projetos inscritos no concurso selecionado para este estudo apresentam
também profissionais que tem escolhido outros rumos para suas carreiras e vidas, fora
dos empregos estáveis, bem remunerados e bem localizados (os quais estão em
extinção), atuando como educadores sociais. A maioria destes educadores tem curso
superior completo, formada em áreas das ciências humanas, composta por mulheres,
idade média ao redor de 30 anos, e mais de 5 anos de experiência em trabalho com
projetos sociais. Muitos deles (as) nasceram em locais de pobreza econômica, até
mesmo em favelas, alguns foram criados em instituições caritativas. Por meio do estudo
e esforços, emanciparam-se economicamente e hoje são professores de escolas
públicas, profissionais  liberais, ou trabalham em projetos sociais apoiados por órgãos
públicos. As marcas de suas trajetórias criaram uma identidade cultural que inclui a
solidariedade e o olhar para os excluídos da atualidade. Artes plásticas, visuais e
corporais predominam como linguagens mais utilizadas. Eles tiveram aprendizados de
educação não-formal na trajetória de suas vidas. Por isso transitam com facilidade entre
o formal e o não-formal.
Certamente que nem tudo são flores e os espinhos são muitos, tratados
cotidianamente. Os problemas são de diferentes ordens e natureza, localizados nas Educação não-formal, educador (a) social e projetos sociais de inclusão social 41
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áreas onde atuam, na falta de apoio e de recursos financeiros e estruturais para
desenvolverem os projetos, nas próprias instituições patrocinadoras  – que, na maioria
das  vezes, não ultrapassam os marcos assistenciais, com projetos pontuais que não têm
continuidade; dificuldades para atuarem em redes solidárias, para congregarem
esforços (LAVALLE; CASTELO; BICHIR, 2006) . Internamente há muitos discursos sobre a
necessidade de superar diferenças e diversidades culturais. Mas há dificuldades para
colocar estes princípios na prática, congregando esforços, superando divergências. E
também  dificuldades advindas de carências na formação do educador que atua nos
projetos etc. Apesar de esforços “heróicos” de uns, que trabalham voluntariamente e
gastam recursos próprios para a compra de material para o trabalho (tintas e pincéis,
por ex.. ou roupas para peças), há também o não reconhecimento de  membros do
próprio local onde a atividade é desenvolvida, a exemplo do relato de uma Associação
de Pais e Mestres (APM). Não obstante, um novo campo de ação coletiva está em ação,
sob o signo de uma modalidade da educação sempre esquecida, ignorada ou
desdenhada: a educação não-formal, fundamental para a formação dos indivíduos,
parte integrante da constituição dos seres humanos enquanto cidadãos.
Somente as metas de busca da eficácia, competência, resultados, talentos, não
resolvem os desafios postos às ONGs e à sociedade. Algo mais é necessário, para que se
contraponha ao modelo que está implantado no país, exige que as ações das ONGs
tenham vínculos com a sociedade civil organizada, com os movimentos sociais e
populares, com as associações de moradores, com todos os grupos organizados e com
todos aqueles que lutam por direitos sociais no país.
Entidades pertencentes ao Terceiro Setor, em sua face mais mercadológica,
desenraizado do setor associativo/movimentalista, portador apenas de um discurso
genérico de inclusão social, tem dificuldades para superar o  desafio de incluir os
excluídos em processos realmente emancipatórios porque eles não tem relação de
pertencimento, as ações são  frutos de ações desterritorializadas, a abordagem
focal/emergencial trata e  reduz os cidadãos a clientes usuários de serviços. O trabalho
voluntário  -individualizado- sem nenhum impacto social no desenvolvimento de uma
consciência social leva somente ao estrelismo, ao  glamour, merchandising e
mercantilização onde o que se busca é agregar valor a uma marca, produto ou pessoa.42 Maria Gloria Gohn
Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p.24-37, jan./abr. 2009 Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 28-43, jan./abr. 2009
Concluímos este artigo retomando uma de suas premissas iniciais - a educação não
formal é uma ferramenta importante no processo de formação e construção da
cidadania das pessoas, em qualquer nível social ou de escolaridade. Entretanto, quando
ela é acionada em processos sociais desenvolvidos junto a comunidades carentes
socioeconomicamente, ela possibilita processos de inclusão social no resgate da riqueza
cultural daquelas pessoas, expresso na diversidade de práticas, valores e experiências
anteriores. Quando presente na fase de escolarização básica de crianças,
jovens/adolescentes ou adultos, como observamos em vários dos projetos sociais
analisados, ela potencializa o processo de aprendizagem, complementando-o com
outras dimensões que não tem espaço nas estruturas curriculares. Ela não substitui a
escola, não é mero coadjuvante para simplesmente ocupar os alunos fora do período
escolar – chamada por alguns de escola integral ou educação permanente. A educação
não-formal tem seu próprio espaço-forma cidadãos, em qualquer idade, classe sócioeconômica, etnia, sexo, nacionalidade, religião etc., para o mundo da vida!Ela tem
condições de unir cultura e política (aqui entendidas como modus vivendi, conjunto de
valores e formas de representações), dando elementos para uma nova cultura política.
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